Rinoplastia Estruturada

Deformidades que ocorrem após rinoplastia resultam de vários fatores: diagnóstico pré-operatório inadequado, escolha incorreta da técnica, execução equivocada de manobras cirúrgicas e cicatrização desfavorável.  Tanto deformidades estruturais quanto funcionais podem ser causadas por retirada agressiva do esqueleto nasal com falha na manutenção ou reconstrução de suas estruturas de suporte.  Se estas estruturas forem alteradas e nenhuma tentativa for feita para sua reconstituição, forças contráteis do tecido nasal podem deformar o resultado pós-operatório desejado durante o processo de cicatrização.

A maioria dos mecanismos de suporte do nariz pode ser distorcida ou interrompida durante a rinoplastia.  Qualquer incisão feita através destes mecanismos (figura 1) necessita reconstituição para a manutenção do seu esqueleto estrutural.   A integridade ósteo-cartilaginosa nasal deve ser respeitada durante estes procedimentos.  A característica da pele influencia seu próprio contorno sobre a estrutura nasal.  Pele espessa pode não se moldar satisfatoriamente à estrutura pós-operatória, enquanto que pele fina irá se ajustar rapidamente.  Neste último caso, uma estrutura simétrica, precisa e estável é necessária para prevenir possíveis irregularidades visíveis no futuro.

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Figura 1 – Ligamentos de suporte da estrutura nasal

A rinoplastia estruturada aberta deve ser a técnica de escolha porque preserva com mais precisão o esqueleto ósseo e cartilaginoso do nariz sob visão direta, ou seja, o cirurgião consegue visualizar todas as estruturas nasais e seus defeitos. Portanto, esta técnica permite avaliar adequadamente qual deve ser o plano cirúrgico para aquele paciente especificamente.   Não há fórmula a ser seguida, cada caso deve ser realizado de acordo com sua anatomia e sintomas do paciente. O esqueleto nasal deve ser esculpido de forma precisa e reforçado com pontos de fixação e enxertos (pedaços de cartilagem) com o intuito de reconstruir ou preservar a função respiratória e também o aspecto estético desejado após um longo período de pós-operatório. Raça, sexo e idade também são importantes na avaliação do resultado a ser obtido.  A cirurgia pode ser de redução (retirada) em algumas áreas e de aumento (colocação de enxertos) em outras (figura 2 e 3).

 

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Figura 2 – Detalhe mostrando área de redução do dorso para melhorar a estética nasal, e a seguir o aumento com enxertos (spreader-grafts) para melhorar a função respiratória.

 

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Figura 3 – Detalhe mostrando o enxerto tipo estaca (strut) para dar estrutura à ponta nasal.

A rinoplastia evoluiu de um procedimento meramente redutivo para uma abordagem mais eficaz ao nariz. Ênfase é agora colocada no reposicionamento, aumento e reestruturação da anatomia nasal para criar o nariz mais natural e funcional possível.   Esta técnica permite que se obtenha uma mudança permanente no formato nasal que não ficará sujeita às alterações ao longo do tempo ou devido à cicatrização.

A técnica fechada pode ser feita em alguns casos, mas é muito mais difícil realizar a rinoplastia estruturada através desta abordagem, o que a torna imprópria para a função respiratória e até mesmo para a estética nasal no longo prazo. No entanto, existem grandes cirurgiões plásticos que conseguem ótimos resultados com a abordagem interna.

A rinoplastia estruturada é geralmente feita sob anestesia local com sedação, sendo um procedimento ambulatorial, sem necessidade de internamento.  Embora a aparência final do resultado leve no mínimo 1 ano, o processo cicatricial básico é relativamente rápido. Normalmente o paciente poderá retirar o gesso (splint) nasal em 1 a 2 semanas e os sinais mais visíveis da cirurgia desaparecem em 2 a 3 semanas. É geralmente feita com anestesia geral ou local com sedação.